Certamente. Se não aceitasse tal fato, seria um revolucionário. O mundo se indignaria com minhas atitudes. Mas creio que os homens serão perfeitos um dia. Como o diamante bruto, serão lapidados. O polimento advirá com as experiências a que se submeterão os homens. Um pouco mais de compreensão e o mundo mudará.
Se olharmos para trás, verificaremos que o mundo mudou. Bem ou mal, a sociedade está evoluindo. Lentamente, é certo, porém, evoluindo. As condições sociais melhoraram. No século passado (XIX) não havia obras de saneamento básico, engatinhávamos na medicina, a eletricidade era um enigma. Hoje temos toda sorte de aparelhos a nos servir, o que vale dizer, sem sombra de dúvida, que as condições de vida em nosso planeta melhorou. Prova deste fato é o aumento populacional verificado nos últimos oitenta anos.
A convivência entre os homens tem se tornado mais harmoniosa? Talvez seja este o grande destino da humanidade. Conviver pacificamente, semelhante com semelhante, irmão com irmão, como na verdade todos somos. Para chegarmos a esse destino, de paz, harmonia e felicidade, devemos crescer em compreensão de nós mesmos e dos que nos cercam.
Somos limitados por nossa mente, não compreendendo a relação que nos une aos demais seres deste planeta. Observando a realidade dos dias atuais, nada nos resta senão negarmos à humanidade, qualquer esperança de melhora. Porém, no íntimo de cada ser, jaz a semente divina, que um dia desabrochará. Essa semente, uma vez germinada, colocará no coração de cada ser vivente, a noção de que não é uma entidade à parte, um ser distinto dos demais, independente e auto-suficiente.
Essa noção de interação social fará mudar os conceitos materiais que regem atualmente o mundo. Compreendendo que se ferir seu semelhante, fere-se a si mesmo, o homem deixará de lutar, de matar, de espezinhar seu semelhante. O dono do capital não explorará seu operário, pois compreenderá que este deriva da mesma essência que o próprio capitalista. O comerciante e o agricultor, não explorarão seus fregueses, pois todos terão consciência de que fazem parte da mesma família.
Este processo de conscientização é lento, perdendo-se nos anos e séculos, o que faz com que o ser humano não acredite nele. Mas este é o destino da humanidade. A integração total. A inexistência de diferenças entre os homens. A extinção das aparências, dos extremos sociais. Não pela guerra, não pela violência, mas pela compreensão, nascida da reflexão de que todos somos um só. Todos fazemos parte do mesmo universo, e, em sendo este uma reação em cadeia, o que afeta B, C, ou D, afeta a mim mesmo.