Por vezes penso que algo está errado no atual sistema de coisas. Nesse mundo, que poderíamos chamar de objetivo. A parte física de nosso ser, constantemente, para que possa continuar a existir, tem que transformar outras partes físicas, para lhes servir de alimento. Assim, os homens alimentam-se de vegetais e animais; os vegetais, de minerais; os animais, de vegetais e outros animais, até chegarmos ao vírus, que para sobreviver, não raramente leva algum outro corpo físico a uma condição doentia.
Resumindo: a sobrevivência no corpo físico demanda uma luta constante, árdua e porque não dizer, horrível.
Talvez realmente, essa parte física de nosso ser, deva desaparecer um dia, e tenha surgido erroneamente, pois parece inconciliável.
Deixando de lado as batalhas que travamos com outras manifestações cósmicas para sobrevivermos, pensemos por um momento na que travamos conosco, com nossos semelhantes, com os outros da raça humana.
A tecnologia criou confortos. Inventou espécies de alimentos e atrativos. O que não era de ninguém, passou a ser propriedade. O que existiu sem a intervenção do homem passou a ser privativo de um grupo. Ter significa poder, domínio e escravização. Querendo ter o máximo que o mundo material poderia lhes proporcionar, como as coisas físicas são finitas, alguns homens concentraram em suas mãos as partes da matéria que consideram mais importantes e que lhes trariam mais prazer. Aludido estado de coisas, chegou ao ponto, de recém-nascidos não terem a mínima condição de sobreviver, enquanto outros viviam no que era conhecido pelo luxo e excesso de alimentos. Atualmente, este é o quadro da humanidade.
Mudará isto um dia?
A meu ver, duas coisas podem ocorrer: a primeira é o homem chegar à conclusão de que manter este mundo físico, não tem a menor importância e atração, e com a conscientização de todos, não reencarnar mais após a transição, permanecendo no plano cósmico, onde não existem limitações, pois a energia é consumida, sem necessidade de ser transformada; a segunda, e mesmo assim não acredito que chegaríamos numa distribuição totalmente eqüitativa, é a própria evolução da consciência objetiva de todos os seres humanos, de tal sorte que passariam a ver nos demais, um prolongamento de si mesmos. Até os chamados animais deveriam ser poupados, pois sentem dores, tanto quanto os homens. Entretanto, esse estado de consciência é muito difícil de ser alcançado, pois o sal salga a água, como o finito finitiza o infinito.